segunda-feira, 23 de setembro de 2013

QUEM CONTA UM CONTO... AUMENTA UM PONTO...

QUEM CONTA UM CONTO... AUMENTA UM PONTO...

CONTO é um gênero narrativo que conta uma história de modo breve, envolvendo um único acontecimento.

LEIA  O CONTO REESCRITO A PARTIR DA LEITURA DO TEXTO: NEGRINHA DE MONTEIRO LOBATO. A proposta solicitada aos estudantes era que escrevessem o conto na perspectiva da personagem Negrinha:

TEXTO 1 : EU SOU NEGRINHA

     Olá, meu nome é negrinha, tenho sete anos, sou uma mulatinha escura, nasci na senzala, meus primeiros anos de vida vivi pelos cantos da cozinha, escondida dos maus tratos da patroa, pois ela não gostava de crianças, ela se achava a dona do mundo, pois era paparicada pelo padre que dizia a ela que era uma boa senhora e fazia caridade em me criar, devia sim ter um lugar de luxo, mas, não no céu e sim, onde mulheres gordas  e mas deveriam ir.
     Um dia, danei a chorar, berrar...ela odiava choro de criança, dona Inácia não tinha filhos e não admitia choro de criança alheia. Eu vivia sempre com fome e frio pelos cantos do grande casarão, afinal, quem iria me proteger da super dona Inácia, ela já foi senhora de escravos e sabia dar castigos horríveis de dar arrepios. Eu pequena e sozinha e desprotegida apanhava sempre por algo que fazia, até mesmo por algo que deixava de fazer.
     Os nomes dados a mim eram sempre nomes sem o menor carinho. Até um que achei diferente e gostoso de ser chamada, mas quando perceberam que a "peste" gostava do nome, tiraram o meu único gosto.
     Morri pobre, sozinha, descuidada e sem o menor afeto ou uma palavra que pudesse se quer mudar minha vida, sei sim, que a única que irá sofrer com minha morte é Dona Inácia, pois os bons cocres que me dava já não iria ter mais esse prazer.
     - Ah! cocres alivia a vida da gente...Ela sempre dizia isso, mas quem sofria era eu.
    Minha morte, de certa forma, foi um grito de liberdade e ao mesmo tempo, um silêncio de desespero.
     Certo dia, chegaram as sobrinhas de dona Inácia, lindinhas, queridinhas e bem cuidadas para passar as férias aqui. Chegaram com caixas, mas o que haveria de estar ali dentro? Ah! quando a criada abriu a caixa e começou a tirar brinquedos fantásticos, fiquei por dentro pulando de alegria, mas, por fora, com medo de levar um castigo por apenas estar feliz.
     Lembrei-me, rapidamente, do ovo quente, só de lembrar deu um nó na garganta. Um dia, uma criada roubou do meu prato um pedacinho de carne, gritei um dos nomes "carinhosos" que me chamavam:
      - Peste!
     Dona Inácia já veio logo com o seu modo de me colocar no meu lugar, pegou um ovo e colocou para ferver e quanto chegou no ponto, pegou o ovo e "zás" dentro de minha boca. Me senti como uma formiga quando é pisada e esmagada, não tem pra onde correr... Mas, tomei coragem e fui brincar com as meninas, vi uma coisa que falava e era com o que o gente e curiosa perguntei:
     - O que é isso?
     As sobrinhas de Dona Inácia caíram na gargalhada.
     - Ora! Você não sabe que é uma boneca? Balançei a cabeça, dizendo que não.
     A visita das meninas com aquela linda boneca foi sem dúvida um dos dias mais felizes da minha vida que ficaram marcados no meio das lembranças boas e ruins. Ficará marcado também, o dia em que dona Inácia deixou-me brincar livre, leve e solta.
     Essa é minha história, sei bem que vai ter, ao longo das gerações várias negrinhas que irão sofrer, apanhar e levar cocres como eu, mas, nunca deixe que a cor de sua pele diga aonde vai e aonde quer chegar.

Conto reescrito pelo estudante: Welligton Almeida - aluno da turma do 1º G.

TEXTO 2 :  NEGRINHA

     Dona Inácia era a dona do mundo, só porque tinha dinheiro e doava boa parte à igreja, os padres a mimavam. Era boazinha só na frente dos outros, porque pra mim...Ela não admitia meu choro, mas eu ia fazer o quê? Era uma criança de 7 anos, órfã desde os 4, talvez ela me tratava assim porque eu era preta e nasci na senzala.
     Houve tantos episódios de maus tratos, mas em especial, me lembro do dia do ovo... xinguei a nova criada, ela tirou um pedaço de carne do meu prato! Isso foi injusto. Mas, eu sofri as consequências... A gorda da patroa me jogou ovo quente na boca e ainda tirou sarro da minha cara. E na frente do padre ela era santa. Pode isso? Pra mim, ela não tem lugar no céu não! Depois de tudo o que ela me fez passar.
   Certo verão, uma sobrinhas da gorda vieram passar as férias... não pareciam tão más quanto à tia. A aparência, a mesma: rica, nascidas e criadas em ninho de plumas. Elas brincavam com umas criaturinhas pequenas, que me disseram ser bonecas. Bonecas! Nunca vi aquilo antes! Elas me deixaram brincar, fiquei boba com isso! Parecia uma criança conhecendo o mar. Estava tão feliz com isso!
     A gorda foi boa comigo, não me bateu, nem nada e ainda me deixou brincar com suas sobrinhas lá no jardim. Seria possível?
     Pela primeira vez, eu brinquei! Foi uma alegria infinita, mas logo veio a dor...Sofri uma tristeza infinita, perdi o medo da gorda, não comia...mas, morri feliz, com a vaga lembrança daquele verão, das bonecas, lembrei da patroa, lembrei que ela havia sido boa comigo, ao menos uma vez.

 Conto reescrito pela estudante: Gardênia P.  Pereira - aluna da turma do 1º B.

 TEXTO 3 :  NEGRINHA

     Meu nome é Negrinha, sou uma pobre órfã de sete anos, mulatinha escura, de cabelos ruços e com os olhos assustados.
     Eu vivi parte da minha vida escondida entre lágrimas, nasci em uma senzala, de mãe escrava. Meus primeiros anos fiquei escondida pelos cantos escuros da cozinha, pois a patroa de minha mãe não gostava de crianças.
     Um certo dia, me ouviram chorar e sem dó, sem piedade, me obrigaram a me calar, mas meu choro nunca vinha sem razão, quase sempre por frio, por fome, por sofrimento.
     O tempo passou, eu cresci parte de minha vida triste.
     Às vezes me batiam sem nem uma pena,  digo, apenas o por quê, e sabe quem me batia? A que se dizia pura senhora que era adorada por muitos, não por ser assim, tão bondosa e sim por seu dinheiro, que tinha de montão...
     Eu já não sabia o que fazer, perdi a felicidade, em um mar de solidão, perdi meus sonhos, fechei meus olhos diante da luz que poucas vezes vi, talvez hoje, alguns de vocês se perguntem ou tenham o curiosidade de saber onde estou e por onde sofri...Ative seus olhos, olhe para o céu... sou aquela estrela que não brilha, mas procura a luz.

 Conto reescrito pelo estudante: Maicon Silva de Freitas - aluno da turma do 1º B.

 TEXTO 4 :  NEGRINHA

     Foi assim, com aquele história do ovo quente. Você não sabe? Ora! Uma criada nova aqui furtou do meu prato, coisa de rir, um pedaço de carne que eu tinha guardado para o fim. Eu não sofri a revolta, fui logo lhe atirando um dos nomes que insistiam a me mimozear todos os dias!
     - Peste?
     - Espere aí! Você vai ver quem é peste. E foi contar o caso à patroa.
     Dona Inácia estava azeda, necessitadíssima de derivativos. Seu rosto se iluminou.
     - Eu curo ela! - disse e saindo do trono com sua banhas foi para a cozinha, igual perua choca a rufar as asas!
     - Tragam o ovo.
     E veio o bendito ovo. A bruxa mesmo colocou na água a ferver; e de maõs à cinta gozando-se na prelibação da tortura ficou em pé a espera. Seus olhos contentes me envolviam, encolhida num canto aguardando com muito temor algo que ela jamais havia feito. Quando o ovo chegou no ponto exato, a boa e devota senhora me chamou:
     - Venha cá!
     - Abra a boca!
     Eu abri a boca, fechei meus olhos. A boa senhora com um colher tirou da água "pulando" o temido ovo e "zás" em minha boca. E antes que meu grito de dor a encomodasse, foi logo me amordaçando, até que o ovo esfriasse. Eu gritei surdamente pelo nariz. Esperneei e só. Nem os vizinhos chegaram a perceber aquilo. Depois:
     - Não diga mais nomes feios aos mais velhos outra vez ouviu peste?
     E a virtuosa dama voltou ao seu trono feliz da vida, a espera de receber o vigário que chegara.
     - Ah! monsenhor! Não se pode ser boa nessa vida... Estou criando aquela pobre órfã. Mas que trabalheira me dá!
     
 Conto reescrito pela estudante: Mariana Nonata de Oliveira - aluna da turma do 1º G.

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